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APAV lança estatísticas sobre violência filioparental no período 2013-2017

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A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima apresenta o relatório Estatísticas APAV: Crimes de Violência Doméstica | Violência Filioparental 2013-2017. Neste período, a APAV abriu 3.387 processos de apoio relativos a violência filioparental, nos quais se contabilizaram 7.076 factos criminosos.

A violência filioparental caracteriza-se por atos violentos e intencionais de filhos em relação aos pais – envolvendo ameaça, intimidação e domínio para a obtenção de controlo e poder. Dos factos criminosos contabilizados, 6.627 (94%) correspondem a crimes de violência doméstica em sentido estrito (atos criminais enquadráveis no art. 152º, como maus tratos físicos, maus tratos psíquicos, ameaça, coação, injúrias, difamação e crimes sexuais).

A vergonha e a manutenção do mito da harmonia familiar favorecem o secretismo em torno do problema, o que tem contribuído para uma intervenção menos desenvolvida neste campo do que noutros tipos de violência intrafamiliar (como o abuso/negligência dos filhos ou a violência entre parceiros íntimos).

A violência filioparental não é um problema individual ou uma questão restrita ao contexto familiar; é um problema social, de justiça e de saúde pública. A APAV tem vindo a alertar a sociedade portuguesa para esta realidade, ainda obscura, da violência doméstica praticada pelos filhos contra os pais.

Nos dados agora apresentados, 81,69% das vítimas são do sexo feminino. Cerca de 48% dos pais vítimas de violência doméstica tinham 65 ou mais anos de idade. Na maioria dos casos, o autor do crime é do sexo masculino (68,65%) e com idades compreendidas entre os 36 e os 45 anos (17,7%). Destaca-se que o número de autores e autoras de crime (3.579) ultrapassou, no período em questão, o número de vítimas (3.369).

A violência doméstica, também na forma da violência filioparental, é um crime público que não pode ser remetido ao silêncio.

A APAV está disponível para ajudar através de diferentes serviços, nomeadamente através da Linha de Apoio à Vítima - 116 006 (dias úteis, 9h-21h) – o número gratuito e confidencial de apoio da APAV.
 

Estatísticas APAV: Crimes de Violência Doméstica | Violência Filioparental 2013-2017

Plano Intermunicipal para a Igualdade do Alto Alentejo Oeste apresentado em Portalegre

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O auditório do Instituto Politécnico de Portalegre recebeu, a 6 de novembro, a apresentação do Plano Intermunicipal para a Igualdade do Alto Alentejo Oeste 2018-2021. A apresentação foi feita por Daniel Cotrim, responsável pela área da Igualdade na APAV e assessor técnico da direção da Associação, e por Alexandra Gaio, gestora do GAV do Alto Alentejo Oeste - o gabinete de apoio à vítima da APAV na região que está presente, em itinerância, nos oito concelhos a que se dirige este plano (Alter do Chão, Avis, Crato, Gavião, Fronteira, Nisa, Ponte de Sor, Sousel).

O Plano Intermunicipal para a Igualdade do Alto Alentejo Oeste foi elaborado pela APAV. “O papel a desempenhar pela APAV, em relação ao Estado, é o da prestação de serviços especializados de apoio, com independência e qualidade, em parceria, em complemento ou mesmo em substituição daquele. Com efeito, a APAV é, em Portugal, a maior organização privada sem fins lucrativos de prestação de serviços de apoio às vítimas de crime”, escreve o presidente da APAV, João Lázaro, na nota introdutória do Plano.

A sessão contou ainda com a apresentação do Plano Intermunicipal para a Igualdade do Alto Alentejo Este por Carla Baptista (Delegação de Portalegre da Cruz Vermelha Portuguesa - Núcleo de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica). Teresa Fragoso, presidente da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG), encerrou a apresentação.

Plano Intermunicipal para a Igualdade do Alto Alentejo Oeste 2018-2021

Plano Intermunicipal para a Igualdade do Alto Alentejo Oeste 2018-2021

APAV Notícias #92 | Novembro 2018

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A newsletter APAV Notícias, boletim informativo da APAV, apresenta um resumo das actividades mais recentes da Associação. A edição #92, de novembro de 2018, reúne informação sobre: as V Jornadas da APAV Açores contra a Violência, que decorreram em Lagoa; o relatório Estatísticas APAV: Crimes de Violência Doméstica | Violência Filioparental 2013-2017; o lançamento do Plano Intermunicipal para a Igualdade do Alto Alentejo Oeste; e a edição 2018 dos Dias do Desassossego, que promovem uma oficina em parceria com a APAV. A newsletter inclui ainda vários destaques.

Consulte aqui a newsletter:
APAV Notícias #92 | Novembro 2018

APAV no seminário evocativo dos 70 anos da DUDH organizado pela PSP

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Seminario DH PSP

Em parceria com o Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna (ISCPSI), a Polícia de Segurança Pública (PSP) realiza, ao longo do dia 5 de dezembro, um seminário evocativo das comemoração dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e dos 40 anos da adesão de Portugal à Convenção Europeia dos Direitos Humanos.

A APAV estará representada neste seminário pelo seu presidente, João Lázaro, cuja intervenção se centrará nas temáticas relacionadas com as vítimas de crime e com a evolução das relações entre a APAV e a PSP. A comunicação integrará o grupo de intervenções sobre "Grupos especialmente vulneráveis" do Painel II do seminário ("Evolução das Relações de Parceria com a PSP").

Com este seminário evocativo, a PSP propõe "promover um momento de reflexão sobre a evolução da promoção da segurança em Portugal num trabalho de parceria, do respeito pelos direitos humanos, e dos desafios que se colocarão no futuro", respondendo aos seus deveres, enquanto instituição, de "defender a legalidade democrática, garantir a segurança interna e os direitos dos cidadãos”.

Diário de Notícias | "Fake news: sites portugueses com mais de dois milhões de seguidores"

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"O negócio é rentável. A audiência dos sites de desinformação permite um retorno de milhares de euros pagos pela publicidade do Google. Só no Facebook, mais de dois milhões seguem estas páginas portuguesas.

A mentira começa no título. Um dos mais bem-sucedidos sites de desinformação em Portugal chama-se Bombeiros 24. Mas não tem nada que ver com bombeiros. Quem pesquisa este nome no Google encontra um anúncio a um serviço falso: "Bombeiros 24 horas". Se carregar no link, em vez de uma linha SOS, ou de um contacto, encontra apenas um site. E de desinformação.

No último mês, esta página conseguiu ter mais de 939 mil partilhas dos seus textos no Facebook. Nessa rede social, a página tem um nome ainda mais enganador: Bombeiros Portugueses. Tem quase 300 mil seguidores. Gente real, educada, preocupada. Mas o conteúdo não deixa muitas dúvidas sobre o que faz na realidade: desinformação. No dia 4 de novembro uma "notícia" do site citava o coordenador do Observatório da Emigração, Rui Pena Pires, dizendo que Portugal precisa de imigrantes. No Facebook, os administradores do site mostram o que pensam sobre o tema: "Afirmações um tanto ou quanto ridículas. Talvez se dessem valor ao trabalho dos portugueses houvesse mais gente disposta a trabalhar em certas áreas." (...)

Segundo dados do sistema de análise usado pela redação do DN para avaliar a sua audiência em redes sociais, na última semana, dois dos três artigos escritos em Portugal com mais partilhas no Facebook foram feitos por páginas de desinformação. (...)

Como é comum no mundo inteiro, este tipo de sites quer ainda criar um modelo de político. "Bolsonaro: O mundo está a mudar...as pessoas estão cansadas de falinhas mansas!" (Semanarioextra). "Putin: Quem não queria um destes?" (Tafeio.com.pt). Enquanto elogiam um político "especial", estes sites mostram que há razões para que os cidadãos portugueses sejam desconfiados. "Até hoje, nenhum chinês morreu em Portugal. Não há nenhum registo! Estranho...", escreve a página Diariopt. A mentira é tão óbvia que torna o êxito do tema difícil de entender: Teve 21,3 mil partilhas no Facebook, no último mês. (...)

Outro tema recorrente é o da xenofobia. O Lusopt escreve que a "Câmara de Lisboa despeja pessoas para construir mesquita" e, um pouco adiante, acrescenta uma outra história, com o mesmo pano de fundo, em que "nove freiras ficam grávidas num mosteiro que abriga refugiados". Esta é a narrativa que circula rapidamente pelas redes sociais. A forma organizada como se propaga, hoje, tem todas as condições para se tornar relevante no próximo ano (com eleições europeias e legislativas). Aí, tal como já aconteceu em vários países (EUA, Brasil, Itália, Suécia, para falar apenas nos exemplos mais recentes), o papel da desinformação pode ser decisivo.

Por princípio, não há muitos eleitores dispostos a aceitar opiniões ou factos falsos ditos por alguém que surja no meio da rua de cara tapada e voz distorcida. Mas há milhões de portugueses (pelo menos metade dos eleitores habituais) que aceitam ler e até reproduzir o que dizem estes sites anónimos."

Fonte: Diário de Notícias