QUE CONSEQUÊNCIAS TEM A VIOLÊNCIA SEXUAL
NA CRIANÇA OU JOVEM?

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Ser vítima de violência sexual pode ser uma experiência difícil de ultrapassar, e que prejudica o bem-estar físico e emocional da vítima e a qualidade das suas relações com as pessoas que a rodeiam.

A violência sexual pode trazer consequências negativas para a saúde física, tais como:

  • Lesões e ferimentos relacionados com a violência ou força física utilizada;

  • Lesões e ferimentos relacionados diretamente com a violência sexual, como ferimentos nos órgãos sexuais, dor, sangramento, corrimento;

  • Problemas na saúde sexual e reprodutiva, como infeções sexualmente transmissíveis (ex.: HIV; herpes genital; clamídia);

  • Gravidezes indesejadas;

  • Diminuição do apetite;

  • Insónias e pesadelos durante a noite (associados a pensamentos constantes sobre o que aconteceu) ou excesso de sono.

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Nem sempre a violência sexual provoca lesões físicas!

Há casos em que o ato sexualmente violento não deixa lesões nem marcas físicas (por exemplo, atos que impliquem acariciar os órgãos sexuais ou partilhar fotografias na internet não deixam vestígios físicos).

No entanto, isso não quer dizer que a violência não tenha acontecido! 

A violência sexual também traz consequências negativas para a saúde emocional e psicológica, tais como:

  • Choque, especialmente quando a violência sexual é cometida por alguém que se conhece ou em quem se confiava;

  • Raiva da vítima para quem praticou o ato e da vítima (erradamente) em relação a si própria, por não a ter conseguido evitar;

  • Culpa, apesar de a vítima não ter qualquer responsabilidade no que aconteceu;

  • Ansiedade ou medo constante, ligados a pensamentos e recordações frequentes em relação ao que aconteceu;

  • A vítima sentir-se sem valor (deixar de gostar de si própria);

  • Tristeza profunda, fazendo com que a vítima sinta que a vida não tem significado ou propósito;

  • Medo de que a situação de violência se repita;

  • Medo de estar sozinho/a;

  • Medo de quem praticou o crime ou de que algo de mau lhe aconteça (especialmente se a vítima conhecer o/a autor/a);

  • Vergonha de contar o que se passou;

  • Medo da vítima de que ninguém acredite em si caso conte a alguém o que se passou;

  • Medo de nunca conseguir recuperar do ato violento (ficar “marcado/a” para sempre).

A violência sexual também pode provocar mudanças no comportamento da vítima, tais como:

  • Ficar mais agressiva com as pessoas em seu redor, mesmo com as pessoas de quem gosta muito;

  • Magoar-se de forma propositada;

  • Começar a ter comportamentos de crianças mais pequenas (ex.º dormir de luz acesa, voltar a fazer xixi na cama);

  • Afastar-se de pessoas de quem gosta ou de locais (porque podem fazer lembrar o que aconteceu);

  • Desinteressar-se pela escola e descer as notas;

  • Desinteressar-se por outras atividades que antes gostava (ex.º fazer desporto, tocar instrumentos musicais).

Tendo em conta o tipo de atos praticados, é de esperar que apareçam outras mudanças, nomeadamente no comportamento sexual, como por exemplo:

  • Dificuldade da vítima em estabelecer relações íntimas e saudáveis com os outros;

  • Dificuldade em respeitar o “não” de outra pessoa e os limites que ela lhe impõe (ex.º: não compreender que a outra pessoa não queira ter contactos sexuais);

  • Ter comportamentos sexuais de risco (ex.º ter diferentes parceiros/as sexuais, não utilizarem métodos contracetivos).


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