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  • Violência não expressa amor
  • Pode servir a qualquer pessoa

APAV abre Centro Temporário de Acolhimento de Emergência para mulheres vítimas de violência doméstica

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A APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima inaugura um Centro Temporário de Acolhimento de Emergência para mulheres vítimas de violência doméstica, na sequência de repto e financiamento da Secretária de Estado da Cidadania e Igualdade (SECI) e com o apoio da Câmara Municipal de Odivelas e outros parceiros (Junta de Freguesia de Arroios, Banco de Portugal, Autocambota, ALTICE, El Corte Inglés e Ministério da Cultura).

Este novo Centro vai acolher mulheres que sejam vítimas de violência doméstica, acompanhadas ou não de filhos até aos 18 anos. O Centro Temporário de Acolhimento de Emergência é um equipamento provisório que deverá funcionar nos próximos três meses, extensíveis por mais três meses, estando dependente da evolução sanitária do nosso país.

Resultado de uma colaboração com o Ministério da Saúde, o equipamento possui um Posto de Rastreio de COVID-19, que dispõe de quartos de espera e de confinamento para as mulheres que entram no Centro caso se revele necessário.

Neste momento extraordinário, em que são muitas as questões relacionadas com o confinamento social e a necessária quarentena devida à COVID-19, sabe-se, sobretudo através de relatos vindos de países que já aplicaram as mesmas medidas, que tem existido um eventual aumento de situações relacionadas com a violência doméstica.

A APAV é uma instituição com provas dadas na área do apoio às vítimas de crime, nomeadamente as mulheres vítimas de violência conjugal, e tem a experiência de gestão e dinamização de Casas de Abrigo e Vagas de Emergência. Por isto, é uma resposta que tem já um saber adquirido nesta matéria, marcado pelo respeito pelas pessoas e pelo profissionalismo da sua atuação.

Campanha APAV 30 Anos | Maria João Abreu

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Maria João Abreu é uma atriz portuguesa que tem trabalhado em televisão e teatro. Em 2019, juntamente com a SP Televisão, entregou um donativo à APAV resultante de uma venda de guarda-roupa que usou enquanto interpretava Isabel, uma vítima de violência psicológica, na novela da SIC “Paixão”.

Apoia a APAV porque considera que “é imperativo ser activista perante uma grande parte da sociedade que infelizmente desconhece os direitos da vítima de crime.” Aceitou juntar-se à campanha porque é “fundamental ser solidário dando corpo e voz através de uma organização de referência no apoio à vítima de crime em Portugal.”

Maria João Abreu é a oitava personalidade portuguesa a associar-se à campanha APAV, 30 Anos Pelos Direitos das Vítimas.

Para mais informações sobre as atividades dos 30 Anos da APAV consulte o site apav.pt/30anos.

Quem está isolado também pode ser vítima.

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A APAV apresenta uma nova campanha sobre isolamento social. Em tempos em que a contenção e isolamento sociais são imperativos, a APAV alerta para o possível aumento da violência doméstica, do cibercrime e de crimes contra o património. A campanha foi desenvolvida criativamente pela agência CARMEN (YoungNetwork Group).

Expresso | "'Máscara-19': uma campanha para ajudar vítimas de violência doméstica que não está (nem esteve) a funcionar"

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máscara 19 foto

"A ideia era replicar aquilo que já era feito noutros países: criar uma palavra-chave que as vítimas de violência doméstica pudessem usar numa ida à farmácia. “Máscara-19”, seria esta a expressão que quando ouvida pelo farmacêutico desencadearia um pedido de ajuda e um contacto às autoridades. A ideia era esta. Foi divulgada nas redes sociais pela Assembleia Feminista de Lisboa e dava conta que a iniciativa estava a decorrer apenas na farmácia do Centro Hospitalar de São João, no Porto. Ora, no São João nunca tal esteve em funcionamento. Nem em nenhuma outra farmácia.

(...)

"Podemos colocar muita gente em risco"

A Associação de Apoio à Vítima (APAV) é uma das instituições envolvidas no trabalho que está a ser desenvolvido neste momento de pandemia, em que as vítimas estão mais expostas ao agressor - ainda esta semana abriu um centro de acolhimento temporário de emergência, que faz parte da resposta do Governo para aumentar o número de vagas em abrigos.

Ao Expresso, Daniel Cotrim, psicólogo e responsável pelo centro de acolhimento temporário de emergência da APAV, considera que a divulgação de ações como a “Máscara-19” sem que estas estejam concertadas com as autoridades competentes pode ser “irresponsável”.

“Num cenário nacional, as coisas têm de ser feitas de outra maneira porque, sem querer, podemos colocar muita gente em risco, seja porque o espaço em que a vítima usa a expressão não sabe o que significa ou seja porque podemos correr o risco de banalizar a expressão e deixa de se perceber para que serve”, sublinha Daniel Cotrim, que ressalva que ainda assim “todas as medidas que possam ser de prevenção, sensibilização e que possam de alguma forma apoiar situações de violência doméstica são importantes”, mas “têm de estar articuladas com as respostas do sistema”. (...)"

Fonte: Expresso

Posição da APAV sobre a necessidade de se garantir as condições mínimas para as pessoas detidas em razão da recusa da sua entrada no território nacional

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A APAV, atenta à necessidade de se prevenir a tortura, os tratamentos desumanos ou degradantes bem como outros episódios de vitimação, vem externar preocupação relativamente às condições dos Espaços Equiparados aos Centros de Instalação Temporária (EECIT), por não reunirem as condições básicas necessárias para a estadia de pessoas detidas em razão da recusa da sua entrada no território nacional.

Antes de mais, cumpre referir que os chamados EECIT são uma espécie de “solução temporária” que foi encetada em razão da ausência de vagas em suficiência no Centro de Instalação Temporário (CIT). Atualmente Portugal conta com apenas um CIT, o Centro de Instalação Temporária do Porto e também conhecido como Unidade Habitacional Santo António. Está em construção um novo CIT em Almoçageme no Concelho de Sintra, que tinha previsão para estar em funcionamento já na primeira metade de 2019, tendo sido o seu projeto aprovado em meados de 2011. Urge que o provisório não passe a definitivo.

Na esteira dos relatórios do Mecanismo Nacional de Prevenção (MNP), encaminhados à Assembleia da República relativamente aos anos de 2017 e 2018 os EECIT, embora equiparados ao CIT, acabam por se consubstanciar em um mundo à parte, onde uma quantidade cada vez maior de pessoas poderá estar sujeita a violações de direitos humanos todos os dias, e por um período de até 60 dias, após o que devem ser necessariamente libertadas.

A precariedade destes espaços é descrita nos relatórios do MNP e revela a ausência de condições mínimas que vão desde a sobrelotação até a falta de atendimento médico regular, passando pela privação de bens pessoais, a ausência manifesta de contacto com o mundo exterior, a má qualidade da alimentação e a falta de apoio jurídico e psicológico. Também é referida a falta de informação relativamente ao funcionamento destes centros às pessoas detidas bem como quanto aos motivos das detenções e sobre o estado dos seus processos. Some-se a isto falta da presença regular de organizações não governamentais que poderiam monitorizar estes espaços e colmatar algumas das deficiências apontadas.

A realidade é que estes espaços não reúnem condições básicas para acolher pessoas pelo período de até 60 dias conforme previsto na legislação portuguesa, sendo a recomendação do MNP de que o tempo total de permanência nestes espaços seja limitada a 48h. Ainda, é importante relembrar que, mesmo após a confirmação da recusa de entrada em território nacional pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), esta decisão estará sujeita a recurso aos Tribunais Administrativos, o qual pode frequentemente ultrapassar o prazo de 60 dias, conduzindo a autorização de entrada temporária no território nacional. Resumidamente, a maioria das pessoas detidas acabará por ter autorizada a sua entrada no território nacional seja a título temporário pelo esgotamento do prazo de 60 dias, seja pelo deferimento de eventual pedido de asilo.

O CIT alberga maioritariamente pessoas que tiveram contra si aplicada medida de afastamento do território nacional ou aquelas que tiveram a sua expulsão decretada enquanto aguardam o retorno aos seus países de origem. Já os EECIT acolhem aquelas que tiveram a sua entrada recusada em território nacional como, por exemplo, indocumentados ou requerentes de asilo. A disparidade de critérios e de condições relativamente aos CIT e os EECITs, embora seja um problema de base infraestrutural, revela uma total ausência de procedimentos que dá azo  uma injustificada desigualdade de tratamento. Uma notória má prática em um país conhecido por uma generalidade de boas políticas de acolhimento e integração.

A falta de condições básicas dos EECIT referidas nos relatórios do MNP, para além de se traduzirem em flagrantes violações de direitos humanos - podendo algumas destas situações serem equiparadas ao tratamento desumano ou degradante -, criam um ambiente favorável à atuação de redes de tráfico de seres humanos, de recrutamento para o terrorismo e de situações de abuso por parte de maus profissionais que poderão resultar, entre outros, numa ainda maior vitimação das pessoas detidas.

É uma situação provisória que já dura demasiado tempo e que não se justifica se verificarmos que o Estado português mostrou-se capaz de operar a montagem de instalações emergenciais em tempo recorde e que estas acabam por possuir melhores condições do que aquelas que se verificam nos EECIT. A atual situação de calamidade pública provocada pela pandemia do COVID-19, torna ainda mais premente a ação no sentido de se cumprir as recomendações constantes dos relatórios do MNP, evitando-se o acolhimento de pessoas em espaços que não reúnam as mínimas condições, sobretudo aquelas de higiene e segurança.

Por fim, é necessário que o Estado Português aja para se evitar a perpetuação de uma má solução que já mancha o percurso da República Portuguesa como defensora e promotora dos Direitos Humanos no espaço Europeu e Internacional.