COMPORTAMENTOS DE STALKING/ASSÉDIO PERSISTENTE

Os comportamentos de assédio persistente têm como objetivo perturbar, atemorizar e alarmar a vítima.
Em regra, estes comportamentos começam por ser subtis e, de certa forma, inofensivos ou mesmo lisonjeiros ou cortejadores, por forma a “conquistar” a vítima. Podem não passar do simples e inofensivo envio de e-mails, cartas, mensagens, flores ou presentes, demonstrando o interesse em estabelecer com a vítima uma relação de maior proximidade/intimidade.
A natureza quase romantizada que estes contactos iniciais parecem assumir provocam alguma confusão na vítima, que poderá ter dificuldade em reconhecer o risco associado a este tipo de comportamentos e/ou em demonstrar de forma clara que este tipo de condutas lhe causa desconforto ou incómodo (inclusive para não ferir ou melindrar os sentimentos do/a autor/a destes comportamentos).
No entanto, e quando o/a autor/a dos comportamentos de assédio persistente percebe que a vítima não está interessada na sua aproximação ou nos presentes que lhe são enviados, os comportamentos de assédio podem tornar-se intimidatórios, perigosos e cada vez mais assustadores.
 Alguns dos comportamentos de assédio persistente mais comuns encontram-se na figura abaixo. Note que a figura reflete o aumento gradual da gravidade dos comportamentos, ainda que os mais frequentes (topo da figura) sejam os de menor severidade.

Presentes na totalidade ou quase totalidade de situações de assédio persistente

recolher ou reunir informações sobre a vítima junto de amigos/familiares, no correio, internet, local de trabalho, escola, etc.


enviar repetidamente cartas, e-mails, bilhetes, sms e /ou efetuar telefonemas de conteúdo inofensivo e não ameaçador


tentar persistentemente aproximações físicas e/ou pedidos para encontros, reuniões, etc.


deixar bilhetes ou flores junto do carro da vítima


observar/perseguir e aparecer “coincidentemente” nos locais frequentados pela vítima


ficar sentado/a à porta de casa da vítima, no seu local de trabalho, e/ou estabelecimento de ensino que frequenta

esperar a vítima junto ao seu carro no parque de estacionamento

espalhar rumores, dar falsas informações ou revelar segredos da vítima aos seus amigos e/ou familiares

Presentes em cerca de metade das situações de assédio persistente

destruir e/ou danificar os bens pessoais da vítima e/ou o seu património (ex.: o seu automóvel; a sua habitação)

enviar repetidamente cartas, e-mails, bilhetes, sms e/ou efetuar telefonemas ameaçadores. As ameaças podem ser diretas, implícitas ou simbólicas

deixar provas de que arrombou o carro da vítima

entrar em casa da vítima enquanto esta não está

entrar em casa da vítima quando esta lá está

deixar flores/animais mortos ou outras coisas obscenas em casa ou no carro da vítima

Presentes em cerca de ¼ das situações de assédio persistente

agredir fisicamente a vítima

violar ou tentar violar a vítima

Presentes em menos de 2% das situações de assédio persistente

matar ou tentar matar a vítima