Na maioria das situações, a pessoa que pratica os atos tem consciência do que está a fazer.
Para conseguir concretizar a violência sexual, a pessoa que pratica os atos pode utilizar uma ou mais estratégias, tais como:
Realizar ameaças ou chantagens junto da criança ou jovem (ex.º ameaçando-a de que irá fazer mal a alguém de quem a vítima gosta, ameaçando-a que irá revelar um segredo da vítima caso ela não pratique os atos que pretende);
Praticar violência verbal e/ou psicológica, dizendo coisas como “não vales nada!” ou “só eu é que gosto de ti” para convencer a criança ou jovem a praticar os atos;
Procurar criar uma relação de confiança ou amizade com a criança ou jovem, para a tranquilizar e convencer que o ato sexualmente violento não constitui qualquer problema (ex.º “somos amigos, podes confiar em mim!”);
Criar uma relação com a vítima baseada em afetos, fazendo-a acreditar que aqueles atos sexualmente violentos são positivos e que constituem uma demonstração de carinho (ex.º elogiar a criança ou jovem para o/a fazer sentir-se especial);
Prometer bens materiais para que a criança ou jovem não revele a situação de violência e como troca pelos atos violentos (ex.º jogos, roupas, brinquedos);
Confundir a criança ou jovem, misturando manifestações de afeto positivas e normais com manifestações de afeto que são sinal de violência sexual (ex.º: dar um abraço e simultaneamente tocar nos órgãos genitais da vítima, para a confundir);
Recorrer à força física para conseguir que a vítima não resista (embora esta não seja a estratégia mais comum);
Colocar a vítima inconsciente, isto é, alcoolizar ou drogar a criança ou jovem para que ela não consiga resistir e defender-se da situação de violência;
Raptar ou sequestrar a vítima, ou convencer a criança ou jovem a ir ter consigo, para a afastar do seu ambiente familiar e de amigos e da sua liberdade e, assim, poder praticar os atos violentos.