Prémio APAV para a Investigação 2019
A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima promoveu a cerimónia de atribuição do Prémio APAV para a Investigação 2019 no dia 12 de dezembro, nos Serviços de Sede em Lisboa.
O vencedor da quinta edição do Prémio APAV para a Investigação foi Nélson Alves Ramalho, com o trabalho “Virar Travesti: Trajectórias de Vida, Prostituição e Vulnerabilidade Social”. Este trabalho, desenvolvido no âmbito do doutoramento no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa – Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), na Escola de Sociologia e Políticas Públicas, resulta de cinco anos de investigação e experiência com a população travesti trabalhadora do sexo. Retratando um grupo social que tem sido negligenciado pela sociedade e pelas instituições, este trabalho preenche lacunas no conhecimento científico, com ganhos relevantes não só para a problematização do género e da sexualidade, como também para a “desocultação” e visibilidade da população travesti. As dinâmicas de vitimação que atormentam esta população devem ser o mote para uma intervenção mais concertada junto de grupos especialmente vulneráveis, no qual a população travesti se inclui.
Foram ainda atribuídas duas Menções Honrosas:
- Mariana Pinto (que é também colaboradora APAV na Unidade de Apoio a Vítimas Migrantes e de Discriminação), da Faculdade de Direito da Universidade do Porto, pelo trabalho “Permanecer, abandonar ou retomar à relação abusiva: perceção de mulheres vítima de violência conjugal”.
- Sara Vera-Cruz Quintas, da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, pela investigação “Mutilação Genital Feminina na Guiné-Bissau: Para quando a sua erradicação?”.
O Prémio APAV para a Investigação, instituído pela APAV com o apoio da Fundação Montepio, destina-se a premiar trabalhos de investigação científica sobre temas ou problemas relacionados com a missão da Associação: “apoiar as vítimas de crime, suas famílias e amigos, prestando-lhes serviços de qualidade, gratuitos e confidenciais e contribuir para o aperfeiçoamento das políticas públicas, sociais e privadas centradas no estatuto da vítima”.